Marcos 1
João Batista (Mat.3.1-12,etc)

1

PRINCÍPIO do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus;

2

Como está escrito no profeta Isaías: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti.

3

Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

4

Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados.

5

E toda a província da Judeia e os de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.

6

E João andava vestido de pelos de camelo, e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre.

7

E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, ao qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das suas alparcas.

8

Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.
O batismo e tentação de Jesus (Mat. 3. 13-17; 4.1-11)

9

E aconteceu naqueles dias que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galileia, foi batizado por João, no Jordão.

10

E, logo que saiu da água, viu os céus abertos, e o Espírito, que como pomba descia sobre ele.

11

E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo.

12

E logo o Espírito o impeliu para o deserto.

13

E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam.
Vocação dos primeiros apóstolos (Mat. 4. 12-25)

14

E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o Evangelho do reino de Deus,

15

E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no Evangelho.

16

E, andando junto do mar da Galileia, viu Simão, e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.

17

E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens.

18

E, deixando logo as suas redes, o seguiram.

19

E, passando dali um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes,

20

E logo os chamou. E eles, deixando o seu pai Zebedeu no barco com os jornaleiros, foram após ele.
A cura do endemoninhado de Cafarnaum (Luc. 4. 31-37).

21

Entraram em Capernaum, e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali ensinava.

22

E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.

23

E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo:

24

Ah! que temos contigo, Jesus nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.

25

E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te, e sai dele.

26

Então o espírito imundo, convulsionando-o, e clamando com grande voz, saiu dele.

27

E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? que nova doutrina é esta? pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!

28

E logo correu a sua fama por toda a província da Galileia.
A cura da sogra de Pedro (Mat. 8. 14-17).

29

E logo, saindo da sinagoga, foram à casa de Simão e de André com Tiago e João.

30

E a sogra de Simão estava deitada com febre; e logo lhe falaram dela.

31

Então, chegando-se a ela, tomou-a pela mão, e levantou-a; e a febre a deixou, e servia-os.

32

E, tendo chegado a tarde, quando já se estava pondo o sol, trouxeram-lhe todos os que se achavam enfermos, e os endemoninhados.

33

E toda a cidade se ajuntou à porta.

34

E curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades, e expulsou muitos demônios, porém não deixava falar os demônios, porque o conheciam.

35

E, levantando-se de manhã muito cedo, fazendo ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava.

36

E seguiram-no Simão e os que com ele estavam.

37

E, achando-o, lhe disseram: Todos te buscam.

38

E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue; porque para isso vim.

39

E pregava nas sinagogas deles por toda a Galileia, e expulsava os demônios.
A cura dum leproso (Mat. 8. 1-4,etc.)

40

E aproximou-se dele um leproso, que rogando-lhe, e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me.

41

E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero; sê limpo.

42

E, tendo ele dito isto, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.

43

E, advertindo-o severamente, logo o despediu.

44

E disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguém; porém vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.

45

Mas, tendo ele saído, começou a apregoar muitas coisas, e a divulgar o que acontecera; de sorte que Jesus já não podia entrar publicamente na cidade, mas conservava-se fora em lugares desertos; e de todas as partes iam ter com ele.
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