João 20
A ressurreição (Mat.28.1-10 e refs.)

1

E NO primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro.

2

Correu pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram.

3

Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro.

4

E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.

5

E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou.

6

Chegou pois Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis,

7

E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte.

8

Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu.

9

Porque ainda não sabiam a Escritura: que era necessário que ressuscitasse dos mortos.

10

Tornaram pois os discípulos para casa.
Jesus aparece e Maria Madalena.

11

E Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela pois chorando, abaixou-se para o sepulcro;

12

E viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.

13

E disseram-lhe eles: Mulher, porque choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram.

14

E, tendo dito isto, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus.

15

Disse-lhe Jesus: Mulher, porque choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.

16

Disse-lhe Jesus: Maria! Ela voltando-se, disse-lhe: Raboni (que quer dizer, Mestre).

17

Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.

18

Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor, e que ele lhe dissera isto.
Jesus aparece aos onze. A incredulidade de Tomé (Luc. 24. 33-43 e refs. ).

19

Chegada pois a tarde de aquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco.

20

E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor.

21

Disse-lhes pois Jesus outra vez: Paz seja convosco, assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.

22

E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.

23

Àqueles a quem perdoardes os pecados lhe são perdoados: e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos.

24

Ora Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.

25

Disseram-lhe pois os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos e não meter o dedo no lugar dos cravos, e não meter a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.

26

E oito dias depois estavam outra vez o seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco.

27

Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.

28

Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!

29

Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.

30

Jesus pois operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro.

31

Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
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