A autoria e DATA deste livro não podem ser conhecidas com certeza. Segundo uma antiga tradição judaica, foi Samuel quem o escreveu, e isto não parece ser impossível. Certamente foi escrito antes dos acontecimentos narrados em 2 Sm 5.6 a 9. (*veja Jz 1.21.) Todavia, pelas expressões usadas em 17.6 – 18.1 – 19.1, e 21.25, concluem alguns críticos que o livro é obra de um partidário apaixonado da monarquia, que não parece ter vivido quando o governo real tinha degenerado extraordinariamente. Por isso é possível que tenha sido escrito no reinado de Davi ou de Salomão, podendo ter sido os seus autores os profetas Natã e Gade. A cronologia do livro tem sido muito discutida. As principais datas são as seguintes: l. Afirma-se em 1 Rs 6.1 que a edificação do templo foi iniciada por Salomão ‘no ano 480, depois de saírem os filhos de israel do Egito’. 2. o juiz Jefté declara (Jz 11.26) que israel habitou 300 anos (certamente um número redondo) em Hesbom e no território de além- Jordão. Veio depois a opressão dos filisteus por 40 anos (13.1), estando incluído, provavelmente, neste período de tempo o juizado de Sansão (20 anos, 15.20). E deste modo temos uma totalidade de 390 anos, entre a opressão de Cusã-Risataim e a morte de Sansão. A tomada da arca, que foi causa da morte de Eli, foi evidentemente antes das principais proezas de Sansão contra o poder da Filístia, e por isso os primeiros caps. do primeiro livro de Samuel, devem colocar-se antes de Jz 15.16. 4. o apóstolo Paulo (At 13.20), em conformidade ao texto aceito especifica ter sido de quase 450 anos o período dos juizes. Mas esta versão é duvidosa. Segundo alguns críticos, as genealogias mostram que o período dos juizes é muito mais curto do que geralmente se supõe. E dizem: entre Naasom, um príncipe da casa de Judá, quando os israelitas entraram na terra de Canaã, e Davi, seu descendente, só quatro nomes são dados (Salmom, Boaz, obede, Jessé). ora estes, seja qual for a maneira de contar, haviam de tomar um espaço demasiadamente pequeno – e deve ter havido omissões, o que faz que as tábuas genealógicas sejam em si mesmas um guia insuficiente. os assuntos do livro dos Juízes: i. Uma descrição das diversas guerras, que contra os cananeus foram sustentadas depois da morte de Josué – e vem depois um esboço dos acontecimentos durante o tempo do juizes, constituindo isto uma introdução às narrativas que se seguem (1 a 3.4). ii. os israelitas são oprimidos por seus inimigos, e são libertados pelos juízes. Compreende esta parte do livro: a sujeição aos reis da Mesopotâmia e de Moabe, e o seu livramento pela ação de otniel e de Eúde – a libertação das tribos ocidentais, sendo Sangar o juiz (3.5 a 31) – as do norte oprimidas por Jabim, rei de Canaã, sendo os israelitas defendidos por Débora e Baraque (4.5) – são libertadas as tribos setentrionais e orientais, que saíram do jugo dos midianitas pelo valor de Gideão (6 a 9) – os governos de Tola e Jair – o libertamento de israel, sendo Jefté o juiz que os livrou do poder dos amonitas – e os governos de ibsã, Elom, e Abdom (10 a 12) – a sujeição dos israelitas aos filisteus, sendo Sansão o seu libertador (13 a 16). E terminam as narrativas regulares. iii. Um apêndice que, provavelmente, foi composto em DATA posterior, pormenorizando fatos que aconteceram não muito depois da morte de Josué, e por conseqüência num tempo anterior à maior parte da história dos juizes. Trata-se de uma narrativa que diz respeito à introdução da idolatria entre os israelitas, e à conseqüente corrupção e castigo deste povo. Por exemplo: o caso dos ídolos de Mica, que foram roubados pelos daneus (17,18) – e o brutal ultraje, cometido pelos homens de Gibeá, de que resultou uma terrível guerra civil, na qual foi quase destruída a tribo de Benjamim (19 a 21). São freqüentes no A.T. as alusões a acontecimentos do tempo dos juizes, e encontram-se, por exemplo, em 1 Sm 12.9 a 11 – e 2 Sm 11.21 – e Sl 78.56 – 83.9 a 11 – 106.34 a 45 – is 9.4. No N.T. as principais referências acham-se em At 13.20, e Hb 11.32 e seg.
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juizo, dia do
Em S. Mateus (25.31 e seg.) o julgamento dos homens não atinge somente os discípulos declarados de Jesus Cristo, mas ‘todas as nações’. o termo é geralmente empregado nas Escrituras para descrever o julgamento dos gentios – é, então, universal. E parece ser uma referência especial a fatos da vida cristã. Aqueles que mereceram as palavras de Jesus ‘vinde benditos de meu Pai’ não sabiam que haviam servido a Cristo, mas o Espírito Santo lhes tinha inspirado atos de beneficência e de caridade (At 16.31 – 1 Co 15.24 a 26: 1 Ts 4.14 a 17). É referindo-se ao dia do juízo que S. Pedro diz: ‘ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra têm sido entesourados para o fogo, estando reservados para o dia do juízo e destruição dos homens ímpios’ (2 Pe 3.7). o tempo fixado pelo Apóstolo para a destruição dos céus e da terra pelo fogo, isto é, o dia do juízo e castigo dos ímpios, mostra que ele não tem em vista apenas uma cidade ou nação, como alguns têm pensado, mas a própria terra, com todos os maus que nela têm vivido. Um ‘juízo universal’ se crê ser requerido pela justiça de Deus (2 Ts 1.6,7) – e é sugerido pelas acusações da consciência natural (Dn 5.6 – At 24.25 – Rm 2.1 a 15) – pela relação que há entre o homem e Deus, entre a criatura e o Criador (Rm 14.12) – e pela ressurreição de Jesus Cristo (At 17.31 – Rm 14.9). Acha-se claramente indicado nas Santas Escrituras (Mt 25 – At 24.25 – Rm 2.1 a 16 – 3.6 – 14.10,11 – 2 Co 5.10 – 1 Ts 4.16,17 – 2 Ts 1.7,10 – Jd 14,15). o tempo do juízo será depois da ressurreição, segundo se lê em 2 Tm 4.1, e Hb 6.2. Há um dia determinado (At 17.31), mas que não é conhecido dos homens (2 Ts 2.1 a 14). Quanto ao modo de se efetuar, começará o juízo pela abertura de certos livros (Ap 20.12). Entre esses se tornará patente o livro das memórias do Senhor (Ml 3.16) – o livro da consciência (Rm 2.15) – e o livro da Vida, em que os nomes dos justificados se acham escritos (Lc 10.20 – Ap 3.5 – 20.12,15). Quanto ao Juiz, declaram as Sagradas Escrituras que Deus julgará o mundo por meio de Jesus Cristo (At 17.31). Deus trino será o Juiz, tendo em consideração a autoridade original, o poder e o direito de julgamento, mas a obra é destinada ao Filho (Rm 14.9,10) – que aparecerá na Sua natureza humana (Jo 5.27 – At 17.31), com grande poder e glória (1 Ts 4.16,17). Será, então, invisível a todos, e descobrirá os segredos dos corações (1 Co 4.5). Terá plena autoridade sobre todos (Mt 28.18), e com reta justiça procederá (2 Tm 4.8). É este dia a grande esperança do cristão, porque então será ressuscitado, ficando completa a obra de redenção. (*veja Vinda de Cristo, Segunda.) juízos DE DEUS. os juízos do Altíssimo são os castigos que os homens recebem pelos seus crimes particulares (Gn l.19 a 24 – Êx 14 – At 12.23, etc.). Todavia, é preciso não ir longe nas nossas deduções, tratando-se de acontecimentos como a queda da torre de Siloé (Lc 13.4). Além disso, os julgamentos precipitados são proibidos (Mt 7.1 – 1 Co 4.5). o ‘juízo’ a que se faz referência em Mt 5.22, era o de um tribunal local, constando, segundo a tradição rabínica, de vinte e três juizes.
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julia
latim: macia, feminino de Júlio
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juliana
Aquela que é brilhante, cheia de juventude
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juliane
Aquela que é brilhante, cheia de juventude
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juliano
Aquele que é brilhante e cheio de juventude
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julieta
Diminutivo de Júlia, aquela que é brilhante, cheia de juventude
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julio
latim: macio, grego: de cabelos macio
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jumento
A freqüência com que se menciona na Bíblia o jumento mostra o grande uso que desse animal se fazia em todos os tempos, nas terras de que trata a Bíblia. As referências a este animal podem, ultimamente, formar cinco grupos, em conformidade com os nomes hebraicos das diferentes espécies no original. l. o primeiro é o clamor, o nome ordinário do burro doméstico, macho ou fêmea, porém mais propriamente o macho. Nos países orientais é o burro um animal de mais valor do que entre nós – é mais corpulento, e se tem com ele todo o cuidado. Pode fazer uma jornada de um dia, andando a meio galope, e tem uma maneira viva e fogosa de caminhar. A raça é cuidadosamente selecionada, valendo 40 libras (entre 500 e 600 cruzeiros) um burro da Síria, quando tenha sido bem tratado. A cor e as marcas do burro doméstico são quase as mesmas por toda a parte, sendo a cor parda a mais geral. Há, contudo, na Síria uma variedade de jumentos brancos, de grande preço pela sua beleza, embora essa espécie seja de feição delicada. Somente reis e pessoas ricas montavam sobre este animal, que principalmente se criava nas cercanias de Bagdá e Damasco. Débora e Baraque dirigem-se aos poderosos de israel, dizendo-lhes: ‘vós os que cavalgais jumentas brancas’ (Jz 5.10). Entre os judeus montavam jumentos as pessoas de mais honra. os jumentos são também empregados na cultura das terras, e para transportarem cargas. Abraão foi num jumento desde Berseba até ao monte Moriá (Gn 22.3). *veja também Jz 10.4 a 12.14. As mulheres também montavam em jumentos. Acsa e Abigail são particularmente mencionadas, como passeando ou viajando assim (Jz 1.14 e 1 Sm 25.20). Ainda que o jumento era considerado animal de importância, não era empregado na alimentação, a não ser em tempo de fome (2 Rs 6.25), pois pertencia ao número dos animais imundos pela lei de Moisés, visto como não remói e tem casco inteiro. 2. A segunda palavra, athon, é sempre traduzida por mula ou jumenta. Balaão ia montado sobre uma jumenta (Nm 2L23) – a abastada sunamita albardou a sua jumenta para ir procurar o profeta Eliseu (2 Rs 4.24) – Saul andava em busca das jumentas de Quis (1 Sm 9.3) – e Jedias tinha a seu cuidado as jumentas de Davi (1 Cr 27.30). Eram mais valiosas do que os jumentos, e sabemos que parte da riqueza de Jó constava de mil jumentas (Jó 42.12). 3. o terceiro termo, aiir, significava sempre um jumento novo, freqüentemente usado para passeio (Jz 10.4 e 12.14). o nosso Salvador fez a sua entrada triunfal em Jerusalém montado sobre uma jumenta, vindo um jumentinho com ela. o animal escolhido não o foi por ser o tipo da mansidão, como geralmente se supõe, mas sim por ser considerado em certa elevação, e julgado, por isso, próprio para levar o Rei de israel (Mt 21.2,5,7). 4.5. o quarto e quinto termos, pere e arod, são invariavelmente aplicados ao jumento selvagem , ainda que provavelmente se achem indicadas duas espécies diferentes (Jó 39.5 – Sl 104.11 – is 32.14 – Jr 2.24 – Dn 5.21 – os 8.9). o burro selvagem já se não encontra na Palestina ou no monte Sinai, mas, pela freqüente menção que dele se faz no A.T., deve ter havido abundância desses animais naqueles tempos antigos. Todos os jumentos selvagem s são velozes corredores, e vagueiam sobre largas áreas à procura de pastagem.
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junco
Planta herbácea que se usa para fazer móveis
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junias
grego: moca jovem
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junípero
Árvore; Juniperus Chinesis – Família das cupressácias. Origem: Ásia (China). Porte: árvore de 15 metros. Também possui uma outra espécie, que pode ser conhecido como Zimbro, mas aí é chamado de Juniperus Communis. Nesse caso junípero é um pinheiro nativo do norte da Europa, de regiões bem frias. É uma arbórea de pequeno porte, de tronco ereto e lignificado. Suas folhas são de coloração verde escuro, formando uma escama, parecida com as folhas da araucária. Seus frutos são verdes inicialmente, e à medida que vai amadurecendo vai se modificando para uma coloração anil, chegando até a cor preta. Este processo de amadurecimento pode chegar até três anos. O nome de zimbro, tem origem indo-européia, significando “junco”. Já o nome junípero, deriva da palavra holandesa genever, que acabou dando origem à palavra gin (a bebida).
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junta
Ponto de junção e reunião, juntura, articulação.
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Parelha; par de alguns animais; casal
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júpiter
Brilhante. o deus supremo da mitologia romana (em grego, Zeus), que o povo de Listra supunha ter descido do céu na pessoa de Barnabé (At 14.12). Na mesma ocasião pensou aquela gente que Paulo era Mercúrio (em grego Hermes) pela sua eloquência.
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juramento
o uso do juramento é freqüente nos pactos e confederações solenes. No A.T. este uso era reconhecido pela Lei (Êx 20.7 – Lv 19.12) – aparece nas promessas do próprio Deus (Gn 26.3) – usa-se nas convenções entre o rei e seus súditos (1 Rs 2.43), entre patriarca e povo (Gn 50.25), entre senhor e servo (Gn 24.2 a 9) – entre povo e povo (Js 9.20), entre indivíduo e indivíduo (Rt 1.17) – e é empregado nas promessas feitas a Deus (Gn 14.22,23). Encontram-se na Bíblia muitas formas de juramento, sendo esta a mais usual: ‘assim Deus me faça e outro tanto’ com as suas variações (1 Sm 3.17 – 1 Rs 2.23). Uma maneira de fazer juramento está escrita em Gn 24.2 a 9. o método mais usual consistia em levantar a mão direita para o céu (Gn 14.22 – cp com Sl 106.26). No N.T. as palavras de Jesus Cristo em S. Mateus (5.33 a 37) não são contra os juramentos judiciais, mas, sim, contra o uso profano e negligente de fazer juramento nos simples casos da vida temporal (*veja também 23.16 a 22 – Tg 5.12). o próprio Jesus, quando foi interrogado, respondeu sob esconjuração (Mt 26.63,64 – Mc 14.62). Expressões da natureza de juramentos se acham nas epístolas de S. Paulo (Rm 1.9 – 1 Co 15.31 – 2 Co 1.18 – Gl 1.20).
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jurisdição
Poder atribuído a uma autoridade para fazer cumprir determinada categoria de leis.
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jusabe-hesede
hebraico: voltou a misericórdia ou regresso da bondade
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justiça
Cumprimento das exigências de um relacionamento correto com ele, apagando a culpa deles e lhes creditando justiça (Rm 3.21,22), ajudando-os assim a dedicar-se em prol daquilo que ele declara justo (Rm 6.11-13).
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justificação
A justificação acha-se ligada a importantíssima questão de se saber ‘como pode o homem ser justo para com Deus?’ Por três vezes se faz uma tal pergunta no Livro de Jó (4.17 – 9.2 – 25.4 – cp com 15.14). Sinceros israelitas sentiram a opressão da idéia (Sl 143.2 – Mq 6.6). Em todo o ritual mosaico esse sentimento se manifesta, bem como no ritual e cerimonial do paganismo. o primeiro lugar da Bíblia, onde se sugere a verdadeira solução do problema, encontra-se em Gn 15.1 a 6, pois aí, pela primeira vez, se fala da ‘justiça’ e da ‘crença’. A palavra de Deus, se diz no vers. 1, veio a Abraão, porque foi grande a confiança deste na revelação divina, sendo a justiça a conseqüência. Esta passagem é, em alguns casos a chave para as diversas referências que em outros lugares da Bíblia as encontram com respeito à justiça e fé. A mesma idéia da justificação pela confiança em Deus se apresenta em Sl 32.1,2 e Hc 2.4 – mas de um modo mais claro se acha a doutrina da justificação nas páginas do Novo Testamento. A justificação diz particularmente respeito à nossa verdadeira relação com Deus, não se tendo em vista a condição espiritual, mas a situação judicial. Esta verdadeira comunhão com Deus foi comprometida pelo pecado, de que resultou a culpa, a condenação e a separação. A justificação compreende o ressurgimento dessa comunhão, sendo removida a condenação pelo perdão, a culpa pela justiça, e a separação pela boa vontade. A justificação significa realmente a reintegração do homem, na sua verdadeira relação com Deus. É, então, considerado como justo, aceito perante Deus como reto com respeito à lei divina, sendo, portanto, restaurada a sua primitiva posição. E deste modo a justificação é muito mais do que o perdão, embora o perdão seja, necessariamente, uma parte da justificação. As duas idéias se acham distintas em At 13.38,39. o perdão é apenas negativo, sendo dado para ser removida a condenação, ao passo que a justificação é também positiva, trazendo a remoção da culpa e a concessão das boas relações com Deus. o perdão é apenas um ato de misericórdia divina, repetindo-se esse ato sucessivamente por toda a nossa vida cristã. A justificação é completa, nunca é repetida, e abrange o passado, presente e futuro da nossa vida. ‘Quem já se banhou (justificação), não necessita de lavar senão os pés (perdão)’ (Jo 13.10). Também a justificação se deve distinguir da santificação, que geralmente se compreende na significação ‘de ser feito santo’. Ainda que justificação e santificação sejam estados inseparáveis na experiência da vida, devem, contudo, claramente distinguir-se no pensamento. A justificação diz respeito à nossa situação espiritual – e a santificação à nossa espiritual condição. Aquela está em conexão com o nosso estado para com Deus, e esta com o amor que Lhe devemos: uma trata da nossa aceitação, a outra da nossa qualidade de aceitáveis – uma é o fundamento da paz, Cristo por nós – a outra é o fundamento da nossa pureza, Cristo em nós. A base da nossa justificação é a obra redentora de nosso Senhor Jesus Cristo. ‘Àquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus’ (2 Co 5.21). ‘Por meio dele todo o que crê é justificado’ (At 13.39). Por conseqüência, é pela obra de Cristo, e não pelas nossa próprias obras ou méritos, que nós somos justificados. o homem tem sempre procurado estabelecer a sua própria justiça, mas o mau êxito tem sido o resultado, em todos os tempos, pois é manifesta a sua incapacidade, tanto para apagar o passado, como para garantir o futuro. ‘Pela graça sois salvos,… e isto não vem … de obras, para que ninguém se glorie’ (Ef 2.8,9). A justificação é alcançada pela fé. ‘Todo o que crê é justificado’ (At 13.39) – ‘Justificados, pois, mediante a fé’ (Rm 5.1). A confiança faz sempre supor que dependemos de alguém que nos está superior – é o reconhecimento da nossa própria incapacidade, e do poder de algum outro ser. A fé une-nos a Cristo, e essa união é a única resposta que se pode dar à revelação de Deus. É a renúncia de nós próprios, e a crença no Salvador. Descansamos em Jesus os nossos corações e aceitamos a Sua perfeita justiça. A grande verdade da justificação, pela fé em Cristo, é de supremo valor para a vida espiritual e serviço de Deus. Ela é a base da paz espiritual (Rm 5.1). É o fundamento da liberdade espiritual, ficando nós livres da escravidão do pecado, e sendo assim levados à própria presença de Deus. É a garantia da santidade, porque traz aos nossos corações o poder do Espírito Santo. É, também, a inspiração de toda a obra boa, visto como a alma, livre de toda a ansiedade a respeito da sua salvação, fica livre para trabalhar na salvação dos outros. Não há contradição entre S. Paulo e S. Tiago sobre esta doutrina da justificação, embora ambas as epístolas se refiram a Abraão para exemplo. Paulo, em Rm 4, trata de Abraão a respeito do que está descrito em Gn 15 – Tiago trata do mesmo patriarca, em relação ao fato narrado no cap. 22 do mesmo livro, o que aconteceu vinte e cinco anos depois. Mas durante este espaço de tempo foi Abraão um homem justificado pela fé (Gn 15.6), e quando chegou o tempo da grande prova (Gn 22), manifestou, então, a sua fé pelas obras. Quando Paulo escreveu teve em vista os não-cristãos, e faz uso do cap. 15 de Gn para provar a necessidade da fé, e mostrar que obras são as que vêm da fé. Tiago, porém, dirige-se aos cristãos, e usa o cap. 22 de Gn para provar as necessidades das obras, e fazer ver que a fé deve ser provada pelas obras. Paulo está tratando o assunto do ponto de vista legalístico, e contra todo o mérito humano – Tiago discorre com espirito antinômico e contra a simples ortodoxia intelectual. Um faz realçar a base da justificação, o outro a prova. Como diz Arnot, Paulo e Tiago não são dois soldados de exércitos diferentes, combatendo um contra o outro, mas sim dois combatentes do mesmo exército, lutando, costa com costa, contra inimigos que vêm de direções opostas.
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Apagar os pecados de alguém; declarar justo.
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Aquela que faz valer justiça
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justo
Reto. 1. o sobrenome de José, também chamado Barsabás, que foi nomeado para suceder como apóstolo a Judas iscariotes (At 1.23). 2. Um crente de Corinto, hospedeiro de Paulo (At 18.7). 3. Um cristão romano, judeu, que estava com Paulo, quando este escreveu a sua epístola à igreja de Colossos, e a quem o Apóstolo chamou cooperador (C14.11). o seu primeiro nome era Jesus.